16 setembro 2010

A gente não quer só comida

Próximo ao inicio dos anos 80, junto ao processo de redemocratização no Brasil e o movimento das Diretas Já, os trabalhadores passaram a promover grandes mobilizações e greves, intervindo nas relações de trabalho impostas pela ditadura e contra as desigualdades sociais.
Esses movimentos levaram ao surgimento do Partido dos Trabalhadores, e também do chamado “novo sindicalismo”, que teve na CUT, fundada em 1983, e seus sindicatos precursores, a sua principal expressão.

As greves metalúrgicas e bancárias foram momentos expressivos de luta que colocaram em cena os trabalhadores como sujeitos políticos. Essas grandes mobilizações dos trabalhadores impulsionaram a retomada da iniciativa sindical, resultando, entre outros aspectos, na criação da CUT.

Nossa central, em apenas uma década, foi capaz de alcançar uma abrangência nacional e representar as mais importantes categorias de trabalhadores. O diferencial era defender a idéia de um modelo de sindicalismo chamado Sindicato Cidadão, ou seja, uma nova visão de sindicalismo. Isso significava que, além das óbvias discussões sobre aumento de salário e melhores condições de trabalho, deveríamos incorporar às nossas preocupações o trabalhador como um ser humano integral que, além de emprego e salário, precisa de habitação, transporte, saúde, educação, lazer, segurança e oportunidades.

Trazíamos para o sindicalismo o verso: “A gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte...”.

Além de fazer e distribuir jornais, realizar assembléias e construir algumas greves, os trabalhadores não devem só trabalhar, como dizem alguns patrões, temos que nos qualificar para também disputar espaços de poder em nosso país, exercer a cidadania plena.

O melhor exemplo disso é o LULA. Onde estaria nosso país hoje, se continuasse a prática e a concepção de governo adotada pelo PSDB e demais partidos conservadores? Devemos ter responsabilidade e principalmente coragem de fazer nossa historia.

Desde quando assumi a presidência deste sindicato, sempre apoiamos candidatos ligados ao PT/CUT e, inclusive nesta eleição, apoiamos VERA SABA, que é membro da diretoria do nosso sindicato.

Apoio porque acredito que seja minha obrigação como dirigente orientar os trabalhadores a votarem em candidatos que são, essencialmente, pessoas que saíram dos movimentos de trabalhadores: compromissados com nossos interesses, que representam nossa categoria e que defendem a construção de uma sociedade mais justa, e que não represente somente a COMIDA.


Por: Luizão

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