21 setembro 2011

Dia 21 de setembro: Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência

Incluir pessoas com deficiência é inevitável

Em 1992, o Rio de Janeiro recebia a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco-92. O evento deu início à conscientização sobre os riscos que o planeta corria, em decorrência do uso predatório dos recursos naturais. Apresentou ao mundo os conceitos de sustentabilidade e de economia verde.

Mas esse é um olhar em perspectiva. À época, o encontro foi alvo de piadas e chegou a ser visto como último refúgio de antigos hippies. O desencanto com as utopias depois da Guerra Fria impediu muitos de perceberem a revolução que começava a ser desenhada.

Uma década antes, a ONU declarara 1981 o Ano Internacional da Pessoa com Deficiência, numa tentativa de chamar atenção para outro tema emergente. Mas as consequências não foram tão intensas quanto as observadas no que tange à área ecológica.

Agora, o Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde injetam novo combustível nesse debate, com a divulgação do Relatório Mundial sobre a Deficiência, que, pela primeira vez em 40 anos, mapeia as condições de vida dessa parcela da população global.

Divulgados em junho, os dados revelam que esse grupo já soma um bilhão de pessoas. Um número que põe em xeque o velho paradigma de que as questões ligadas à inclusão interessariam apenas a uma minoria. Hoje, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, é o momento para refletirmos sobre a questão no nosso país.

O governo do Estado de São Paulo foi o único representante brasileiro a participar do lançamento do citado relatório, apresentando ações que indicam mudanças positivas. Avançamos ao criar a rede Lucy Montoro, com 19 centros de reabilitação funcionando até o final de 2013, liderando uma teia de serviços capaz de realizar 300 mil atendimentos/ano.

Também progredimos ao aplicar o desenho universal em habitações de interesse social e ao ampliar as dimensões dessas unidades para 60 m², visando garantir uma melhor acessibilidade.

Outros investimentos buscam promover mais independência, como a futura instalação de centros de pesquisa em tecnologias assistivas e a formação e distribuição de cães-guia.

No evento de lançamento do estudo mundial, o renomado físico inglês Stephen Hawking -que tem uma distrofia muscular progressiva- afirmou que, com trabalhos como aquele, "este século marcará um ponto de inflexão na inclusão das pessoas com deficiência nas vidas de suas sociedades".

De fato, assim como as reverberações da Eco-92 mostraram que o debate ambiental não se resumia a salvar baleias, o relatório também pode evidenciar outra "verdade inconveniente": a de que apresentar, em diferentes graus, um tipo de deficiência é próprio da condição humana. Na esteira dessa verdade, celebramos os avanços no processo civilizatório, refletindo os direitos de todos e o respeito à diferença.

A necessidade de oferecer respostas a essa população não pode mais ser ignorada pelos governos. É uma tarefa tão urgente quanto inevitável. Mas temos um bilhão de motivos para seguir em frente.

LINAMARA RIZZO BATTISTELLA, médica fisiatra, professora da FMUSP, é secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência

Caixa tira do ar propaganda que retrata Machado de Assis como branco

A Caixa Economica Federal suspendeu a veiculação de uma campanha publicitária sobre os 150 anos do banco que retrata o escritor Machado de Assis como um homem branco. A decisão veio após protestos na Internet e um pedido formal da Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), órgão do governo federal com status de ministério.



O comercial criado pela agência Borghierh/Lowe viaja no tempo para mostrar que até os "imortais" foram correntistas do banco público. O problema é que o ator que representa o fundador da Academia Brasileira de Letras e autor de "Memórias Póstumas de Brás Cubas" é branco, sendo que o escritor era mulato. 

Na nota oficial em que anuncia a interrupção da propaganda, a Caixa "pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial".

Nesta segunda-feira, também em comunicado oficial, a Seppir classificou como "uma solução publicitária de todo inadequada" a escolha de um ator branco para interpretar Machado, por "por contribuir para a invisibilização dos afro-brasileiros, distorcendo evidências pessoais e coletivas relevantes para a compreensão da personalidade literária de Machado de Assis, de sua obra e seu contexto histórico".

Além de pedir a suspensão do anúncio, a Seppir encaminhou pedidos de providencias ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e o Ministério Público Federal.

Leia abaixo a íntegra do comunicado da Caixa:
 
A Caixa Econômica F ederal informa que suspendeu a veiculação de sua última peça publicitária, a qual teve como personagem o escritor Machado de Assis. O banco pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial.

A CAIXA reafirma que, nos seus 150 anos de existência, sempre buscou retratar, em suas peças publicitárias, toda a diversidade racial que caracteriza o nosso país. Esta política pode ser reconhecida em muitas das ações de comunicação, algumas realizadas em parceria e com o apoio dos movimentos sociais e da Secretaria de Política e Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) do Governo Federal.

A CAIXA nasceu coma missão de ser o banco de todos, e jamais fez distinção entre pobres, ricos, brancos, negros, índios, homens, mulheres, jovens, idosos ou qualquer outra diferença social ou racial.

Por Aline Marcelino e William Maia - Última Instância

20 setembro 2011

TROFÉU CHICOTE DE OURO


De forma bem humorada mas com responsabilidade, o Sindicato dos Bancários de Taubaté e Região disponibiliza em seu site um canal para o bancário denunciar casos de assédio moral.  A seção “Chicote de Ouro” foi criada há 3 anos com objetivo de “desmistificar” a denúncia de assédio moral.  Clicando na seção “Chicote de Ouro”, o bancário tem acesso a diversos perfis temáticos que caracterizam a personalidade do assediador como o  Pitbull, o Tásea, o Profeta, o Tigrão, entre outros.

Neste mês, recebemos diversas denúncias de assédio moral em agências da região e, em breve, vamos divulgar nosso ranking com o perfil e o nome dos principais assediadores. Por isso bancários, continuem denunciando porque somente com a sua colaboração o sindicato pode desempenhar seu papel e atuar no combate ao assédio moral.

Denuncie: Acesse CHICOTE DE OURO - Aqui

por Assessoria de Imprensa 20/09/2011
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16 setembro 2011

Cidade de Deus, no Rio, ganha moeda e banco próprios





Cédulas da moeda social CDD passam a valer na comunidade.
Objetivo é desenvolver a economia local, segundo secretário.


Foi inaugurado, nesta quinta-feira (15), o primeiro banco comunitário carioca, na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Com o objetivo de desenvolver a economia local, o Banco Comunitário Cidade de Deus vai operar com dinheiro próprio, a moeda social CDD. Cada CDD vale R$ 1.

“O objetivo é o desenvolvimento sustentável do território”, ressaltou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário, Marcelo Henrique da Costa. “Se não há o consumo interno feito pela comunidade, a riqueza local escoa para outras áreas”, complementou.

De acordo com o secretário, apenas moradores da Cidade de Deus terão acesso à moeda. Desta forma, segundo Costa, os comerciantes e prestadores de serviços da região vão ter interesse em disputar o consumidor local e vão se cadastrar para poderem receber as cédulas de CDD.
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“Já temos cem comerciantes cadastrados, e muitos deles já estão dando desconto e fazendo promoções, como o sorteio de bicicletas, para atrair o consumidor que for comprar com CDD”, explicou o secretário. Segundo Costa, a princípio, apenas comerciantes da Cidade de Deus vão participar do projeto.

O evento de inauguração do banco comunitário também teve a participação do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e do secretário nacional de Economia Solidária, Paul Singer, entre outras autoridades e políticos.

“A riqueza gerada pela comunidade vai ficar na comunidade. Essa política já se mostrou eficiente para reduzir a pobreza”, ressaltou Paes. A agência da Cidade de Deus é o 63º banco comunitário criado no Brasil.

“A economia solidária está se difundindo no mundo inteiro”, destacou Singer. “Se quebrarmos o isolamento que existe entre os próprios pobres, e fazermos eles crescerem e se amar, vão deixar de ser pobres. O poder público tem que incentivar e dar recursos, mas o segredo é o pobre se resgatar”.

Secretário não teme problemas com comércio de outros bairros

Com a criação da moeda social CDD, que vai circular em cédulas com os valores de 0,50 centavos, 1, 2, 5 e 10, somente os empreendimentos cadastrados vão poder fazer a troca do CDD por real. O objetivo é fazer com que os moradores da Cidade de Deus comprem produtos e serviços dentro da comunidade, gerando um circuito econômico local.

O secretário Marcelo Costa disse não temer reclamações e até ações judiciais de comerciantes de outros bairros, que podem perder clientela com a nova moeda social. “Comerciantes de outras regiões que quiserem entrar com processos judiciais vão ter problemas com a imagem, pois vão estar contra uma política social e econômica muito bem recebida. Vai pegar mal para eles”, afirmou.

Benta Neves do Nascimento, de 66 anos, 45 deles morando na Cidade de Deus e muito conhecida dos moradores, foi uma das escolhidas para ter o rosto estampado nas cédulas. “Existe muito comércio na Cidade de Deus, mas muita gente comprava fora da comunidade. Agora, a gente vai gastar o dinheiro aqui dentro”, ressaltou ela, apostando no sucesso do projeto.

No novo banco, os clientes também vão ter acesso a linhas de crédito (em reais), para investir na produção, e a empréstimos (em moeda social CDD) para o consumo. O secretário Marcelo Costa informou que a próxima comunidade carioca a receber um banco comunitário será o Complexo do Alemão.

Fonte e fotos: Bernardo Tabak Do G1, no Rio