Em meio a uma série de mudanças no âmbito da comunicação no Brasil e no mundo, a Contraf/CUT realizou, nesta quinta-feira (16), o 2º Encontro Nacional de Comunicação, com participação de 106 secretários de imprensa e jornalistas de federações e sindicatos filiados de todo o país.
Galeria de fotos do Encontro
Nosso Sindicato teve três representantes: a diretora Alessandra Campos (BB/Taubaté), o diretor da Fetec/SP Valdir Machado (Itaú/Taubaté) e o jornalista do Sindicato Victor Martin.
A tônica dos debates foram os desafios da comunicação de esquerda frente ao grande poder da mídia hegemômica e a recente revolução tecnológica.
Em sua exposição, o jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), Bernardo Kucinski, considerou o advento da internet como uma revolução ainda maior do que a invenção da tipografia pelo alemão Johann Gutemberg nos anos de 1400. “Essa nova revolução transforma hábitos, formas de socialização e de se fazer política”, afirmou ao lembrar, porém, a persistência dos problemas decorrentes do poder da grande imprensa.
Análise também compartilhada pelo secretário executivo da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (SECOM), Ottoni Fernandes Jr. “Estamos vivendo uma série de avanços na comunicação com a disseminação da internet. No entanto, ainda precisamos melhorar a organização para podermos enfrentar a grande mídia”.
Ao fazer a exposição da estrutura e diretrizes da SECOM, Ottoni frisou que às vésperas da 1. Conferência Nacional de Comunicação, em dezembro próximo, esse é o grande momento para todos os setores sociais buscarem formas de expressar o seu pensamento.
Conforme exposição do pesquisador sênior do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política (Nemp) da Universidade de Brasília, Venício A. Lima, o mundo vive hoje um novo paradigma nas comunicações. “A internet embaralhou totalmente o debate sobre formação da opinião pública. Hoje, existem os blogs e as redes sociais, como o ORKUT, que cada vez mais restringem o poder dos formadores tradicionais de opinião, dando aos cidadãos maior capacidade de se opor ao poder hegemônico. Outro aspecto fundamental é a possibilidade de se colocar em xeque a credibilidade da grande imprensa”.
Venício lembrou, porém, que se trata de um momento de transição, quando “o velho já morreu e o novo ainda está por vir”.
O encontro também contou com debates sobre as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal de suspender a obrigatoriedade do diploma de jornalismo e de revogar a Lei de Imprensa, sobre a construção da Rede Nacional de Comunicação dos Bancários, além da apresentação do Projeto Rede Brasil Atual, que já conta com mais de 50 entidades sindicais parceiras na produção da Revista do Brasil, da rádio Brasil Atual e do portal de notícias.
Para o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, os debates realizados neste encontro reforçaram a idéia de que a esquerda precisa construir os seus próprios meios de comunicação. "No caso da Contraf, estamos empenhados em fazer comunicação aos bancários ao mesmo tempo em que buscamos fortalecer as ações das entidades sindicais”, sintetizou o dirigente.
Fonte: Lucimar Cruz Beraldo - Fetec/SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário