29 setembro 2009

Greve se consolida, fecha 7.063 agências e exige proposta dos bancos

A pressão da greve nacional dos bancários, que completa 14 dias nesta quarta-feira (7) arrancou uma nova negociação entre o Comando Nacional dos bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para hoje, às 18h, em São Paulo.

A greve nacional dos bancários voltou a se fortalecer nessa terça-feira, 6, 13º dia de paralisação, fechando 7.063 agências em todas os 26 estados e no Distrito Federal. O número é do levantamento realizado pela Contraf-CUT, com dados encaminhados até as 20h pelos 134 sindicatos ligados ao Comando Nacional dos bancários.

Os Bancários de Taubaté e Região realizaram Assembléia Geral nesta segunda-feira (5) às 8h e decidiram seguir a orientação do Comando Nacional de ampliar a Greve, uma vez que a Fenaban se nega a melhorar a proposta.

"A greve continua forte, os bancários e bancárias de todo o país não toleram mais tamanha falta de respeito dos banqueiros e enquanto não houver uma proposta digna e justa, a categoria continuará mobilizada, avisa Luizão, Presidente do Sindicato.


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Negociação de sexta (02/10): Depois de dois dias de negociações com o Comando Nacional dos Bancários, realizadas em São Paulo nesta quinta e sexta-feira, os bancos mais uma vez frustraram as expectativas dos trabalhadores e não apresentaram proposta. Eles insistem em reduzir a PLR, não querem conceder aumento real e se recusam a dar garantias de emprego, e se negam a valorizar os pisos salariais e a melhorar as condições de saúde, segurança e trabalho. Em razão da intransigência dos banqueiros, o Comando Nacional orienta os sindicatos a fortalecerem ainda mais o movimento a partir de segunda-feira, 5, 12º dia de greve.

Crédito: Gerardo Lazzari/Seeb SP
"Reiteramos aos bancos que a categoria bancária não aceitará a redução da PLR, como as empresas estão propondo, e insistimos na reivindicação de três salários mais R$ 3.850. Também não aceitaremos nenhuma proposta que não contemple aumento real de salário, valorização dos pisos salariais, proteção aos postos de trabalho e mais contratações, além da implementação de políticas que melhorem as condições de trabalho, de saúde e de segurança e apontem para o fim do assédio moral", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

"Os bancos estão abusando e desrespeitando os bancários e a sociedade e mais uma vez mostram sua ganância e sua falta de responsabilidade social. Apesar de não terem sido afetados pela crise, apesar de continuarem apresentando a maior lucratividade de toda a economia brasileira, os banqueiros negam as reivindicações justas de seus trabalhadores, que já demonstraram sua indignação com a postura intransigente das empresas. À categoria não resta outra alternativa a não ser continuar e ampliar a greve em todo o país", acrescenta Carlos Cordeiro.

A comissão de negociação da Fenaban informou que os presidentes dos bancos vão se reunir, provavelmente na segunda-feira, para avaliar a possibilidade de formular uma nova proposta. Após a reunião, haverá contato com o Comando Nacional para marcar uma nova rodada de negociação.

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Banco do Brasil

Na retomada das negociações das questões específicas do Banco do Brasil realizadas nesta quarta-feira 30, o BB avançou em algumas reivindicações do funcionalismo: anunciou a contratação de três mil novos funcionários até 2010 e a criação de comitês de ética nos 26 Estados e no Distrito Federal com representação eleita pelos bancários, visando combater o assédio moral e "outros desvios comportamentais".

O BB também propôs, na reunião realizada em São Paulo, manter o modelo de PLR em vigor e condicionou a discussão de outras reivindicações ao resultado da rodada de negociação que será realizada com a Fenaban nesta quinta-feira. Nova rodada de conversação com o BB será mantida pelo Comando Nacional dos Bancários após a reunião com a Fenaban.


Caixa

Nesta quinta-feira, dia 1º de outubro, o Comando Nacional dos Bancários e a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE Caixa) retomaram o processo de negociações específicas com o banco. A reunião aconteceu às 15h, em São Paulo, e teve como foco principal questões relativas a saúde e condições de trabalho.

Os trabalhadores conquistaram alguns avanços, como a criação de comitês para a discussão e resolução de casos de assédio moral. A Caixa, no entanto, não trouxe proposta relativa aos demais temas da pauta e afirmou que precisa aguardar o desfecho das discussões da mesa geral de negociação entre o Comando Nacional e a Fenaban para dar prosseguimento ao debate específico.

Informações: Contraf-CUT

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