No 9º dia de greve, os bancários estão dando uma demonstração de unidade e garra, já que mais de 8.280 agências estão fechadas no país, além de 17 centros administrativos localizados na capital.
As atividades estão suspensas nos centros administrativos do Itaú Unibanco CTO, CAU, e ITM; do Telebanco Santa Cecília do Bradesco; dos prédios SP1 e SP2 do Santander, bem como nas concentrações do Banco do Brasil São João, Comp, Verbo Divino, Álvares Penteado, Marambaia, XV de Novembro e Bom Pastor, e nos prédios administrativos da Caixa Federal no Brás, REROP e Sé.
A greve é culpa dos banqueiros, que mesmo obtendo lucros astronômicos, mais de R$ 21 bilhões no 1º semestre deste ano, não querem pagar nenhum aumento real para os bancários, nem PLR, nem a valorização dos pisos salariais, numa atitude desrespeitosa para com os trabalhadores bancários e demonstrando que o que importa para eles é apenas o lucro.
Apesar de todas as tentativas do Comando Nacional dos Bancários em dialogar com a Fenaban, no sentido de encontrar uma proposta que atenda às reivindicações dos bancários, os banqueiros passaram da negativa às atitudes antissindicais.
Segundo matéria publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo (confira em nosso site), existe uma ruptura no Comando da Fenaban no que tange a apresentação ou não de proposta dos bancários. Embora existam dificuldades de negociação, os bancos federais são os mais penalizados, e tem dificuldade de apresentar uma proposta independente, e isso acaba criando um fortalecimento da greve.
O Sindicato dos Bancários vem recebendo relatos diários, por celular, email, mensagens, inclusive, pessoalmente, de gerentes que estão adotando posturas intimidatórias, ameaçando bancários das mais variadas formas e maneiras possíveis e inimagináveis.
A greve é forte e cresce de acordo com o grau de revolta e indignação dos bancários, que apesar destas intimidações não baixam à guarda. Alguns bancos, como é o caso do Itaú Unibanco, vem arbitrariamente deslocando bancários de outras cidades no sentido de atingir a greve na região numa prática ilegal de forçar os bancários a furar a greve. Essa prática ilegal deve ser denunciada, pois fere o previsto na Lei de Greve (nº 7.783).
Os banqueiros, além das práticas antissindicais, também utilizam a Justiça do Trabalho no sentido de tentar barrar a greve dos bancários. No entanto, a Justiça tem reconhecido que a greve dos bancários é legítima, justa e pacífica.
Inúmeras decisões judiciais de Norte a Sul do país reconhecem a legalidade da greve. Muitos juízes estão negando liminares, e também, tais decisões estão sendo cassadas junto aos Tribunais Regionais do Trabalho.
Confira abaixo um trecho da decisão judicial enviada pelo Sindicato dos Bancários do Mato Grosso:
"É bom destacar que a colocação de dirigentes sindicais em porta de empresa, o uso de megafones e faixas que tenham por objetivo conclamar os colegas à participação no movimento são atos legítimos e não podem ser proibidos sob pena de fazermos letra morta da legislação que ampara o direito de greve. Observa-se, ainda, que, acaso se viesse a vedar aos sindicatos de enviar seus ativistas para a porta dos locais de trabalho; se os proibíssemos de montar faixas de estímulo à greve ou; se os impedíssemos de usar equipamentos de amplificação da voz, estaríamos, em verdade, negando aos trabalhadores lutar por melhores salários e condições de trabalho, na medida em que a notória precarização do emprego no Brasil não permite à grande massa de trabalhadores resistir às ordens de seu empregador para que furem a greve. Na prática, não havendo a atividade sindical na porta do estabelecimento, não há empregado que deixe de comparecer ao trabalho".
A greve é forte e continua.
Valdir de Aguiar Santos, diretor do Seeb de Taubaté e Região
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