21 março 2007

RR: Unibanco não cumpre palavra e bancários protestam no dia 22

(São Paulo) Uma semana depois de o Unibanco divulgar as novas regras do programa da Remuneração por Resultado (RR), os funcionários da empresa organizam para esta quinta-feira (22) um Dia Nacional de Lutas em protesto contra a falta de palavra do banco. A diretoria quer descontar o benefício pago com a PLR do programa da RR semestral. Além disso, o Unibanco divulgou um comunicado confuso, que deixou os bancários cheios de dúvidas.

“O banco não está cumprindo o compromisso assumido com os bancários. Durante todo o processo de negociação sobre a RR, o Unibanco sempre garantiu que, se não houvesse acordo entre as partes, retomaria o modelo até então vigente, de pagamento semestral e não haveria compensação da PLR. Mas não é isso o que está ocorrendo. A empresa mantém o pagamento mensal, mas embute a compensação da PLR, o que representa uma redução de benefício”, esclarece Valeska Pincovai, diretora da Fetec São Paulo.

“O Unibanco quer o direito de descontar do programa semestral os valores pagos pela PLR da Convenção Coletiva de Trabalho. Somos contrários e os bancários já brigaram contra este modelo que o banco insiste em manter. Outro problema está no fato de o pagamento da RR semestral estar vinculado ao cumprimento de metas, que praticamente são inatingíveis. No ano passado, por exemplo, 75% das agências não conseguiram bater as metas, isto mostra que o problema está com o banco”, comentou Jair Alves, diretor do Fetec São Paulo e coordenador da COE.

Conforme o comunicado do banco, a RR teria dois modelos distintos, sendo um programa mensal e outro semestral. O programa mensal, segundo o banco, seria semelhante ao do ano passado, enquanto o semestral manteria a possibilidade de recuperação das famigeradas metas durante o semestre.

“O problema está na versão semestral. Os bancários não estão entendendo como vai funcionar, já que o comunicado interno estava muito obscuro. A preocupação é geral, porque nossa RR sempre teve problemas, que foram agravados com as mudanças que o banco anunciou em janeiro. As novas regras divulgadas agora não estão claras e os bancários exigem uma explicação detalhada do programa”, afirmou Maria Izabel Cavalcanti Menezes, diretora do Sindicato do Rio de Janeiro e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Unibanco.

“Queremos respeito e transparência da direção do Unibanco. Os funcionários estão insatisfeitos e desmotivados, por isso estamos protestando em todo país. Se o banco não retomar as negociações com seriedade, a palavra de ordem é manifestação e luta”. Afirma Vera Saba, vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Taubaté e Região.


Fonte: Contraf-CUT

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