Os bancos conseguiram quintuplicar seus ganhos se comparado à média mundial, elevando a cobrança de tarifas e o forte movimento de concentração bancária. A aceleração do crescimento econômico e a maior bancarização complementam o cenário.
No governo Lula, o cenário macroeconômico é o melhor possível. Os níveis de renda e emprego melhoraram muito, e vimos uma explosão no mercado de crédito e de capitais.
O lucro líquido dos três maiores grupos do país – Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil – que respondem hoje por 80% do mercado, saltou quase 420% entre os oito anos do governo do PSDB (1995-2002) e os sete anos e meio da gestão Lula (2003-2010).
Os ganhos dessas instituições somaram R$ 167,471 bilhões desde 2003, contra R$ 32,262 bilhões no governo anterior. Os valores estão corrigidos pelo IPCA.
No Governo anterior do PSDB, os bancos ganharam muito dinheiro com as operações no mercado financeiro, beneficiados pelas taxas básicas de juros, que chegaram ao teto histórico de 45% ao ano.
Naquele momento, o Brasil ainda era bastante vulnerável às crises internacionais, devendo ao FMI, e fazendo com que o governo subisse a taxa Selic para estancar a perda de recursos externos. Como se tratava de taxa que serve de base para remunerar os títulos públicos, os bancos não precisaram se esforçar muito para garantir resultados: bastava aplicar os recursos na ciranda financeira.
Entre 1995 e 2002, o BB registrou prejuízo de R$ 16,310 bilhões. Do Governo Lula para cá, a estatal já lucrou R$ 50,298 bilhões, pouco mais do que o Bradesco. O Itaú Unibanco lidera os ganhos na era Lula, com R$ 67,120 bilhões.
Com a redução dos níveis da Selic (que chegou ao piso de 8,75%), os bancos passaram a emprestar mais ao setor produtivo e às pessoas, já que os ganhos com Tesouraria não eram tão atraentes.
De 2003 para cá, os bancos também passaram a cobrar mais tarifas. Ao todo, as receitas com cobrança de serviços – tarifas bancárias, de fundos de investimentos, de seguros etc. – saltaram para 83% entre as eras FHC e Lula, somando R$ 258,7 bilhões só entre 2003 e junho passado. No caso do Bradesco, as receitas com serviços cresceram 130% no período, somando R$ 76,1 bilhões.
As operações de empréstimos dos bancos tiveram expansão de quase 170% entre os dois governos, totalizando R$ 3,575 trilhões, valor também corrigido pela inflação. Destaque para o Itaú Unibanco, com um salto de 200% no período. Na era Lula, o estoque de crédito no setor financeiro saltou 300%, chegando a R$ 1,529 trilhão. Já no governo anterior, a expansão não passou de 110%.
O excelente resultado do setor agrada o Presidente Lula. Recentemente, ele disse que “fica feliz que os bancos estejam ganhando porque, caso contrário, poderiam ter de receber recursos do Estado em épocas de crise, como o americano Lehman Brothers”.
Tudo cria um cenário que deveria extinguir qualquer dificuldade em negociar salários com esses senhores, mas muito pelo contrário, a intolerância e arrogância dos banqueiros são insuportáveis.
A categoria bancária tem que estar preparada para a greve, sob pena de nossa campanha salarial ser esvaziada pelas eleições que se aproximam.
Luizão - Presidente em exercício do Sindicato dos Bancários e Financiários de Taubaté e Região
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