17 agosto 2007

Famílias pagarão R$ 626 de CPMF neste ano, diz estudo

Valor representa aumento de 11% em relação aos R$ 564 despendidos em 2006

Incremento da atividade econômica, mais pessoas trabalhando e consumo maior são os motivos que justificam esse aumento

Cada família terá de gastar R$ 626,41 neste ano apenas para o pagamento da CPMF (contribuição cobrada de cada cidadão quanto movimenta dinheiro em contas bancárias). O valor representa aumento de R$ 61,90 em relação aos R$ 564,51 pagos no ano passado. Por pessoa, serão R$ 187,95 neste ano, contra R$ 171,76 em 2006.

Alguns motivos justificam esse aumento nominal de 11%: maior atividade econômica, mais pessoas trabalhando e, em conseqüência, maior consumo.
Os dados constam de estudo divulgado ontem pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) mostrando o histórico do tributo desde sua criação, em 1993, até agora.

Para este ano, o IBPT prevê que a receita com o tributo chegará a R$ 35,5 bilhões, ou 1,4% do PIB (Produto Interno Bruto). O valor representará aumento de 10,7% em relação aos R$ 32,079 bilhões arrecadados pela Receita Federal em 2006.

Segundo Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT e um dos autores do estudo, se o governo conseguir aprovar a prorrogação da CPMF e a DRU (Desvinculação das Receitas da União) até 2011, a reforma tributária não sairá do papel.

"Se forem mantidas a CPMF e a DRU, o governo deixará a reforma tributária na gaveta." Para Amaral, isso são será novidade, uma vez que já ocorreu no primeiro mandato de Lula e nos dois de FHC, quando o tributo também foi prorrogado.

O estudo do IBPT mostra alguns números para provar que a CPMF é um tributo perverso. Primeiro: como incide em todas as etapas de produção, seu custo é repassado ao consumidor final, que tem de arcar com mais 1,7%, em média, na hora de comprar qualquer produto ou serviço -seja arroz, feijão, carne, roupas, energia etc.

Segundo: a CPMF incide sobre outros tributos. Significa dizer que, quando uma pessoa paga IPTU, IPVA ou outro tributo, seja por meio de dinheiro, cheque ou débito em conta, está pagando mais 0,38%. Isso ocorre também quando uma empresa recolhe IR, PIS, Cofins, contribuição ao INSS etc.

O IBPT calculou esse "mal em dose dupla": desde 1997 até o final deste ano, o governo terá obtido cerca de R$ 19,7 bilhões com a CPMF sobre os outros tributos. Neste ano, essa conta chegará perto de R$ 3,3 bilhões.

Fonte:
MARCOS CÉZARI

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