13 setembro 2007

Fator recomenda manutenção de papéis da Nossa Caixa

Valor Econômico
Terça-feira, 11 de setembro de 2007

Danilo Fariello

A Fator Corretora inicia a cobertura dos papéis da Nossa Caixa indicando manutenção e preço alvo de R$ 36,00 para a ação ordinária (ON, com voto) do banco em dezembro. Ontem, os papéis fecharam o dia cotados a R$ 28,91, o que implica potencial de valorização de 24,52% para o papel, segundo projeção da Fator levando em conta o fluxo de caixa descontado. Porém, apenas neste ano, a ação acumula queda de 38,37%. Vale lembrar que as estimativas levam em conta as projeções de resultados das empresas, mas dependem das condições de mercado e da procura pelo papel.

A Nossa Caixa é um banco estatal, com 71% do capital nas mãos do governo de São Paulo, e que levou à bolsa em 2005 as outras 29% das ações. A oferta foi feita já no Novo Mercado, em que o banco se compromete com níveis elevados de governança, como ter só ações ON, com direito a voto. Outro compromisso é oferecer a minoritários os mesmos direitos do controlador em caso de venda. Este, aliás, é um fator importante, segundo o relatório de Maria Laura Pessoa. Ela considera a possibilidade de uma privatização ou até de incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil.

A ação da Nossa Caixa passou por fase turbulenta com a licitação para folha de pagamentos dos funcionários públicos de São Paulo, pela qual concorreu com o Santander. Segundo o relatório, diferente do ocorrido, esperava-se que a Nossa Caixa pagasse menos do que o valor de mercado pela exclusividade de pagamentos do funcionalismo paulista. A competição com o Santander, ainda, traz "desafios adicionais para a execução da estratégia do banco com alavancagem significativa em crédito e venda cruzada de outros produtos".

A expansão da carteira de crédito é ainda um grande desafio para a Nossa Caixa. Diferentemente de outros bancos, que expandiram a parcela em crédito, a instituição tem a maior parte de seus ativos concentrada em títulos públicos. Apesar de muitos desses créditos serem consignados - com menor risco -, os títulos em carteira tornam o resultado banco mais vulnerável a eventual queda mais rápida dos juros, diz o relatório.

Para Maria Laura, as principais probabilidades apontam para expansão da carteira de crédito, crescimento das receitas de serviços e melhora na qualidade dos ativos, além da venda do banco. A Nossa Caixa é considerada boa pagadora de dividendos no mercado, distribuindo 35% do lucro líquido, acima dos 25% exigidos por lei.

È importante lembrar que o Banco Fator é quem formatou todo o processo de privatização das subsidiárias e deve ter informações estratégicas, assim preocupa o fato de apontar que o banco deve ser privatizado ou incorporado ao Banco do Brasil.

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