23 março 2007

Centrais denunciam lobby da mídia para destruir direitos trabalhistas

Dirigentes das maiores centrais sindicais brasileiras denunciaram nesta quinta-feira (22) a pressão dos grandes meios de comunicação, em especial as Organizações Globo, pela derrubada do veto presidencial à emenda 3 da Super Receita – que impede o governo de fiscalizar as relações trabalhistas e, na prática, deixa as empresas livres para contratarem pessoal sem pagar direitos como Fundo de Garantia, férias e 13º salário.


A reunião dos sindicalistas, que aconteceu na Câmara dos Deputados, teve o apoio de integrantes do Ministério Público, de órgãos da Justiça e de parlamentares do PT, do PCdoB, do PV e do Psol. No encontro, eles começaram uma pauta de mobilização para impedir que o Congresso derrube o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à emenda.


“O presidente Lula teve um ato de grande coragem em vetar essa emenda, mesmo com toda a pressão da mídia. E nós precisamos dar uma resposta de sustentação a esse ato”, afirmou Antonio Fernandes dos Santos Neto, presidente da CGTB.


Neto, assim como os demais, sugeriu a realização de grandes manifestações de trabalhadores pelo Brasil. “Vamos disputar espaço, porque até agora esse assunto só teve um lado, o lado da mídia”, afirmou.


José Lopez Feijóo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, também enfatizou a manipulação dos meios de comunicação sobre o tema. “Está claro o poder do monopólio de mídia no país. Não é à toa que essa emenda já está sendo chamada de ‘Emenda Globo’. Temos de exigir que a mídia dê espaço a todos os lados nesta questão”, cobrou.


A trabalhadora rural Carmem Helena Soro, presidente interina da CUT, afirmou que a emenda 3 significa o “retrocesso absoluto” das conquistas trabalhistas das últimas décadas.


“Ela rasga a carteira profissional”, disse ela, sugerindo, entre as formas de mobilização, a realização de greves nacionais e a divulgação em larga escala dos nomes e das fotos dos parlamentares que forem a favor da derrubada do veto.


Já o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, foi além. “Estamos sob ameaça. A emenda 3 acaba com a relação formal de emprego. Se for aprovada, nem sindicato vai ter mais”, disse ele, que também condenou a parcialidade dos jornais. “A imprensa só dá um lado”.


Fonte Portal PT.

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