21 julho 2008

Bancários do Estado de São Paulo aprovam índice de 13,23%

Cerca de 400 delegados, representantes dos quinze sindicatos filiados à Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (FETEC/CUT-SP) estiveram presentes, neste sábado (19), em São Paulo, durante a 10ª Conferência Estadual dos Bancários. Desafios da campanha, consultas realizadas junto aos bancários e apresentação de propostas para os eixos foram os temas contemplados no evento.

Os delegados da Conferência discutiram e deliberaram propostas para os eixos “Emprego” e “Remuneração”. Também foram definidas as “Estratégias” que serão utilizadas pelas trabalhadores do ramo financeiro durante as negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Na mesa de “Emprego”, as deliberações a serem encaminhadas à 10ª Conferência Nacional foram: o cumprimento da jornada de trabalho, a redução da jornada de trabalho para 5h, com dois turnos de trabalho e ampliação no horário de atendimento bancário, garantia de emprego. Com relação a contratação de mais funcionários, os bancários querem que se estabeleça um efetivo mínimo para o atendimento, em especial nas agências.

O movimento sindical bancário também vai negociar junto à Fenaban o programa de Aprendizagem, onde as contratações no sistema financeiro devem estabelecer como idade máxima 18 anos, com garantias dos direitos e benefícios da categoria bancária. Os trabalhadores do ramo financeiro ainda vão intensificar a campanha pela Ratificação da Convenção 158 da OIT

Já na mesa que tratou de “Remuneração”, os delegados priorizaram as seguintes reivindicações: valorização do piso da categoria, levando em consideração o mínimo estabelecido pelo Dieese de R$ 2.072,00 para o ingresso de escriturários e PLR (Participação dos Lucros e Resultados) maior. Ainda dentro dessa discussão, o que se propõe é um PCS (Plano de Carreira e Salários) para todos os bancários, independente de ser funcionário de banco público ou privado.

Em relação aos benefícios, os delegados definiram que tanto a cesta-alimentação quanto o vale-refeição tenham um reajuste maior, considerando que a inflação de alimentos está mais elevada que outros indicadores. “Já na discussão da contratação da Remuneração Total, foi aprovada uma estratégia de incorporar parcelas da remuneração variável à remuneração fixa do trabalhador.

Por fim, os delegados definiram um índice de 13,23% a ser reivindicado nesta campanha, que refere-se a inflação de 7,83%, projetada para o período de setembro de 2007 a agosto de 2008, mais 5% de aumento real de salário.

A última mesa da Conferência Estadual tratou das “Estratégias”, sendo os pontos em destaque, a manutenção da Campanha Nacional Unificada, com mesas concomitantes para debates de questões específicas, e a unidade do Comando Nacional, convidando todas as Centrais Sindicais a comporem a mesa de negociação com a Fenaban.

Delegação paulista - No final do encontro foram eleitos os 239 delegados do Estado de São Paulo para a 10ª Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada entre os dias 25 a 29 de julho, no Hotel Holiday Inn, em São Paulo.

Bancários querem qualidade de vida e respeito nas relações humanas

Durante a Conferência, os delegados debateram e deliberaram reivindicações sobre “Igualdade de Oportunidades” e “Saúde e Condições de Trabalho” que serão encaminhadas à 10ª Conferência Nacional.

Dentre as propostas sugeridas pelos delegados no eixo “Igualdade de oportunidades” destacam-se: o cumprimento da lei de cotas para trabalhadores com deficiência, com condições adequadas para desenvolver o trabalho, a garantia de igualdade de oportunidades para todos, extensão dos direitos e benefícios para casais homoafetivos.

Os bancários também vão reivindicar a ampliação da licença maternidade para 180 dias, assim como a ampliação do período de amamentação. “Além disso, foi deliberada a ampliação da licença paternidade de 5 para 10 dias, quando do nascimento do filho e a instituição de licença paternidade de 180 dias a ser gozada pós-licença maternidade (quando a mulher volta a trabalhar o pai sai por 180 dias)”, destaca Maria Izabel da Silva, diretora de Políticas Sociais da FETEC/CUT-SP.

Já no eixo “Saúde e Condições de Trabalho” serão prioridades desta campanha nacional: a luta pelo fim das metas abusivas, o combate à violência organizacional do trabalho, especialmente em relação ao assédio moral, isonomia de direitos e condições adequadas de trabalho no que se refere a estrutura e a quantidade de funcionários. Plano de saúde e programas de prevenção também foram temas amplamente discutidos.


Consultas - As consultas realizadas junto aos bancários nas bases dos sindicatos, tiveram uma média de 6 mil respostas no interior do estado e 7 mil na capital paulista.

Dentre as cláusulas econômicas, os bancários priorizaram aumento real, seguido por PLR maior e abono. Nas cláusulas sociais, a categoria deu ênfase ao aumento do vale alimentação, seguido por garantia de emprego, auxílio educação e auxílio creche. Em Saúde e Condições de Trabalho, os trabalhadores responderam que querem discutir metas abusivas, seguido de fim do assédio moral e violência organizacional e isonomia de direitos. No que se refere ao índice, a maioria dos bancários optou pela média de 15% a 10%. Já no que se refere a participação dos trabalhadores durante a campanha nacional, a maioria disse que participará das Assembléias, seguido por Dia de Protesto e Greve.

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