08 abril 2009

Bancos não prestam serviços adequados aos brasileiros

Apesar do crescimento contínuo de seus lucros, que ultrapassam a casa do bilhão anualmente, os bancos brasileiros insistem em não dar uma contrapartida social ao país. Prova disso é o resultado do estudo “Transformações na Indústria Bancária Brasileira e o Cenário de Crise”, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira (07), em Brasília.

Conforme a pesquisa, 505 municípios ainda não têm nenhuma agência bancária - 9% das cerca de 5,56 mil cidades brasileiras. O estudo indica que a média nas capitais é de uma agência para cada grupo de 6.124 pessoas. Já para o restante do país – 66,1% da população – a média chega a ser de uma unidade para cada 11.873 habitantes.

Dados do Ipea indicam que na Espanha, a média é de uma agência para cada mil pessoas; em Portugal, uma para cada 2 mil; e nos Estados Unidos, uma para cada 3,3 mil.

O estudo mostra ainda que o empréstimo para pessoa física no Brasil chega a custar dez vezes mais do que em uma agência européia do mesmo banco. No caso de pessoa jurídica, o brasileiro tem que pagar quatro vezes pelo empréstimo em relação ao valor cobrado nos Estados Unidos e na chamada Zona do Euro.

Ao avaliar a pesquisa do Ipea, o secretário-geral da FETEC/CUT-SP, Pedro Sardi, destacou que o movimento sindical bancário tem questionado há tempos a extrema concentração dos bancos dentro da lógica de mercado e os efeitos nocivos das privatizações dos bancos estaduais e regionais, sobretudo durante o governo FHC, que tinham como principal política o fomento ao desenvolvimento, com a manutenção de agências pioneiras e maior flexibilização ao crédito agrícola.

Mas o falso discurso da bancarização, apregoada pelos bancos e governos têm sido mais forte. Ao invés dos bancos ampliarem suas atuações nas regiões menos favorecidas do país, eles concentraram os serviços nas capitais, deixando os cantos mais remotos para atuação dos correspondentes bancários. Agora, diante desses dados, resta-nos correr atrás dos prejuízos e lutar por uma prestação de serviço bancário mais adequada a realidade brasileira, seja em número de agências, na redução das taxas de juros ou na ampliação do crédito”, comenta o dirigente sindical.

A evolução da concentração bancária no Brasil desde os anos 90, a divisão dos ativos e dos depósitos entre as 20 maiores instituições no país, a repartição entre bancos públicos, privados e estrangeiros, e a concentração de agências e do crédito no país, por grandes regiões e por estado foram alguns dos temas abordados pelo Ipea na pesquisa.

Fonte: Michele Amorim (Fetec/SP) com informações da Agência Brasil

Um comentário:

Anônimo disse...

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