02 outubro 2007

Privados, BB e Nossa Caixa aprovam proposta, CEF rejeita

Mais de 50 bancários presentes na assembléia da noite desta terça, dia 2, em Taubaté, aprovaram a proposta de itens econômicos apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na última segunda-feira.

Os funcionários do Banco do Brasil também aprovaram essa proposta e as específicas apontadas pela direção da empresa. Somente os empregados da Caixa Federal, diante da falta de proposta para as questões específicas apresentadas ao banco, poderão entrar em greve por tempo indeterminado a partir dessa quarta, dia 3.

O reajuste será de 6% (aumento real de 1,13%) para salários e demais verbas, como vale-refeição, cesta-alimentação e auxílio-creche.

Os bancários conquistaram o pagamento da 13ª cesta-alimentação, que este ano terá valor de R$ 252,36 depositado até a folha de pagamento de novembro. A cesta será definitivamente incorporada à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Outro importante avanço: além dos 80% do salário mais valor fixo de R$ 878 – que pode chegar a dois salários nos bancos que não atingirem os 5% do lucro na distribuição – o valor adicional à PLR foi aumentado em 20%, o que corresponde ao crescimento do lucro dos bancos no 1º semestre.

Inovação –
A Campanha Nacional 2007 ganhou um novo formato de negociação graças à intervenção dos trabalhadores. O Comando Nacional dos Bancários, durante mais de um mês, apostou num processo que previa que os blocos de reivindicações seriam debatidos até que se esgotassem as discussões de cada tema. O objetivo: decidir a campanha desse ano sem os percalços que a greve traz para bancários e população, e evitar o “não para tudo” que sempre caracteriza a postura dos banqueiros.

Na primeira rodada foi acertada a criação de programas para prevenção e combate ao assédio moral – com canal de denúncias para o bancário – e de prevenção e tratamento de doenças ocupacionais, entre outros avanços.

Quando começaram a ser debatidas as cláusulas econômicas, os banqueiros voltaram a enrolar. Após quatro rodadas apresentaram uma proposta que previa somente a reposição da inflação. Foram necessárias mais cinco rodadas até que aparecesse a proposta aceita pelos bancários na noite desta terça.

Como fica a PLR
Pela regra da Participação nos Lucros e Resultados assegurada em convenção coletiva nacional todas as empresas devem destinar no mínimo 5% e no máximo 15% de seu lucro líquido na distribuição a seus funcionários.

Quando a distribuição for inferior aos 5%, o banco tem de majorar o pagamento até atingir dois salários do funcionário – com teto de R$ 11.652.

Pelas projeções do Sindicato, todos os trabalhadores do Bradesco, Itaú, Unibanco, Santander e Real ABN receberão dois salários.

Vale lembrar que a PLR será de 80% do salário mais o valor fixo de R$ 878 para os bancos que gastarem acima dos 5% do lucro líquido, como é o caso do HSBC: 50% desse valor (40% do salário mais R$ 439) serão pagos dez dias após a assinatura do acordo e a segunda parcela vem até março de 2008.

Adicional – Os funcionários desses bancos também receberão o adicional à PLR que pode variar de R$ 1.200 até R$ 1.800. Metade deste valor, de R$ 600 até R$ 900, também será creditado dez dias após a assinatura do acordo. O adicional é pago acima dos tetos e sem desconto de programas próprios de remuneração.

O valor adicional equivale a 8% da variação do lucro líquido do primeiro semestre de 2006 para o primeiro semestre de 2007, dividido pelo número de empregados.

Quando a variação do lucro do primeiro semestre for igual ou maior que 15%, será garantida a parcela mínima de R$ 600.

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