09 junho 2008

Funcionários do Banco do Brasil fazem indicativo para paralisação

Os funcionários do Banco do Brasil apelaram para um indicativo de paralisação de 24 horas para o final do mês. A decisão foi tomada pelos representantes dos trabalhadores ao término da negociação desta sexta-feira, dia 6, onde a direção do banco insistiu em não reconhecer nenhum dos problemas enfrentados pelos bancários. A campanha Acorda BB também será intensificada.

Novamente os funcionários cobraram respostas para as reivindicações de melhoria das condições de trabalho; do pagamento das substituições, vales-transporte e horas extras; a abertura de vagas para caixa executivo; um basta na utilização de gerentes de módulo responsáveis por duas agências. Para o banco, essas questões não existem nem tão pouco outros problemas frutos destes, como assédio moral e cobrança por metas abusivas.

Pagamento das substituições

Esse foi um dos temas mais debatidos na rodada de negociação. Para o banco, a questão é pétrea e "trata-se de mudança de cultura". A empresa nega-se a admitir que o desvio de função está ocorrendo de forma generalizada, caracterizando gestão temerária pelo passivo trabalhista que essa atitude está acarretando.

"Mais uma vez o banco recusa-se a admitir que cometeu um grande erro ao instituir a lateralidade, que criou um vazio gerencial nas agências e afetou a produtividade", diz Eduardo Araújo, representante da Fetec-Centro Norte na Comissão de Empresa.

Hora extra

A Comissão de Empresa mostrou documentos do banco orientando proibindo a realização de hora extra, sob alegação de "falta de dotação orçamentária". Isso está provocando diversas fraudes no ponto eletrônico, uma vez que a falta de funcionários obriga a sobre-jornada sem a devida remuneração.

O banco diz estar concluindo levantamento para identificar onde há problemas. No entanto, não aponta perspectiva de solução.

Contratação de concursados

O banco anunciou a convocação de 300 concursados em Brasília. A Comissão de Empresa solicitou que o mesmo critério seja utilizado para São Paulo, onde o concurso de 2006 vence dentro de algumas semanas.

Foi argumentado que o fato de ser necessário a realização de horas extras, caracteriza a necessidade de mais funcionários para atender a demanda de serviços.

Metas abusivas e assédio

A determinação do banco em se manter como o líder do ranking no ano em que comemora seus 200 anos tem levado a uma série de ações que convergem para metas irreais e abusivas, e a pressão vai descendo na escala de comando, desembocando no assédio nos locais de trabalho.

PCCS

A Comissão de Empresa reivindicou a necessidade de reabertura dessa discussão, não apenas pelos problemas que já existem no BB, mas também pelo fato de as incorporações criarem novas distorções. Novamente, os representantes do banco disseram não cogitar discutir o assunto, mostrando totalmente insensibilidade a um problema que cresce a cada dia.

Vale-transporte

O banco continua descumprindo a lei, mesmo já tendo sido derrotado em ações jurídicas em vários Estados. A afirmação dos negociadores é que o jurídico do BB alega que a empresa está cumprindo a lei.

Incorporação do Besc

A Comissão de Empresa, junto com representantes dos bancários do Besc, cobrou resposta para as reivindicações do documento entregue dia 21 de fevereiro.

O BB disse que estudos sobre a incorporação ainda não estão concluídos e não é possível discutir nada ainda. Ficou definida reunião específica sobre o assunto no final do mês em Florianópolis.

Intensificar a mobilização

Diante da postura irredutível do BB, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e os sindicatos, devem intensificar as mobilizações e paralisações dentro da campanha Acorda BB - Banco para o Brasil.

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